Espaço Virtual voltado para o Gestão escolar, disponibiliza material de apoio e recursos úteis a quem vivencia essa prática no cotidiano educacional. Compartilha saberes e fortalece os conhecimentos da gestão de uma escola.

Autor: Francisco das Chagas Rodrigues de Oliveira (Chico Verde)  – Contato: frodrigues@caedufjf.br

          A gestão de qualquer tipo envolve um número de variáveis que torna qualquer empreendimento uma verdadeira loteria. Em uma escola, a situação não é diferente, ainda mais quando essa escola é pública, cuja gestão depende de uma série de diretrizes e orientações superiores.

“Nenhuma organização consegue sobreviver no mundo moderno se não estiver atenta para a razão de ser de sua função e para a busca permanente da melhor maneira de proporcionar a efetiva satisfação das necessidades de sua clientela (…) quando a organização está voltada para atender às necessidades de seus clientes, ela está sempre se indagando como oferecer-lhe o melhor, no tempo certo, no lugar apropriado e nas condições em que o cliente mais deseja, no caso da escola, o aluno necessita de um patrimônio que lhes conceda condições de uso para o pleno desenvolvimento das atividades que atenda todas as suas expectativas de conforto, economia e bem-estar.”. (NETO, 2002, p. 24)

          Uma escola pública é um local de trabalho único. Não é, necessariamente, um local de trabalho unitário. Em seu interior diversas pessoas, diversos segmentos se reúnem para produzir “passagens”: do mundo iletrado ao mundo letrado; das primeiras letras ao universo do discurso; da linguagem informal as linguagens sistematizadas; da cultura popular a cultura erudita; da intuição pessoal ao saber historicamente organizado. Em todas essas passagens e em outras que poderia ser enumeradas, a idéia-força, o propósito implícito ou manifesto é o da “elevação”. Uma escola, qualquer que seja, existe para “elevar” seus alunos, para “passá-los” de um momento de vida insuficiente, insatisfatório, incompleto para outros momentos que se desdobrarão em direção a um horizonte vislumbrando e em permanente construção. Nesse contexto a comunicação é fundamental.
           O mundo contemporâneo está conectado as múltiplas possibilidades de comunicação que os vários letramentos e a internet propiciam aos seus usuários. Segundo Kleiman (1995, p. 19), letramento é “um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos”. Neste sentido, construir relações e saberes coletivo implica na prática dominar conhecimentos que permitem a socialização de conhecimentos, interação e intervenção grupal, papel que hoje, as tecnologias dominam de forma plena.
           As redes sociais são instrumentos que aproximam o homem de hoje à sua vivência virtual. Daí a necessidade da escola como um todo, sua gestão e seus segmentos estarem envolvidos nesta revolução, para socializar saberes, multiplicar conhecimentos e tornar toda comunidade parte integrantes deste processo. Do planejamento, a execução, do monitoramento a avaliação do que ali é pensado e produzido. Estamos inseridos dentro de um contexto das novas relações que enfatiza e destaca a troca de saberes, a convivência de um indivíduo para com o outro. As redes sociais tem grande importância nesta conexão coletiva, pois é por meio destes canais que verificamos novas tendências e novas relações sendo discutidas, construídas e socializadas.
            Compartilhar da gestão de uma instituição de ensino requer muita ousadia, criatividade, vínculo de coletivismo para driblar os problemas e elevar a autoestima de todos. Superar as dificuldades é garantir o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, é possibilitar aulas motivadoras, escola ativa, espaço educativo vivo e integrado a sua comunidade. Neste cenário de desafios a informática e os múltiplos letramentos assumem papel importante de propagação das competências e habilidades necessárias a gestão e a articulação vivida no ambiente escolar, pois segundo a afirmação a seguir

O letramento não é o que torna as pessoas letradas, mas sim a maneira como essas pessoas funcionam em um discurso societal utilizando suas próprias vozes. O letramento é como a cultura: não é um objeto, ou um objetivo em si, é uma função na sociedade ou, mais precisamente, um meio de funcionamento. (MEY, 2001, p. 241)

Para entender e contribuir melhor é preciso revisitar teorias, categorias e conceitos. É preciso rever pressupostos, admitir rupturas, produzir superações. Devemos nutrir o desejo de um processo de discussão sobre como cada um vem desempenhando suas ações, como agem e interagem socialmente e culturalmente os agentes desse espaço educativo? Se conseguirmos uma reflexão sobre o processo ensino-aprendizagem, do qual o professor é a peça–chave, o aluno a base, e o gestor, o grande articulador, nossos objetivos terão sido atingidos.
           Eis, portanto a razão de entendermos, que apesar dos avanços não há nada concluindo quanto aos saberes de nossa prática cotidiana. Entendemos que há muito que se fazer, há o que se buscar para que a escola seja um elo de cidadania entre a sua conjuntura política e o seu papel social dado ao seu meio comunitário, onde esta se encontra para servir como grupo de interação a serviço de uma vida melhor para todos.

REFERÊNCIAS:

NETO, Augusto Ferreira. Proposta pedagógica da escola comunitária. 2ª ed. Belo Horizonte, MG: edições CNEC, 2002

KLEIMAN, Ângela. B. (Org.) Os significados do letramento: uma perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 1995.

MEY, Jacob L. As vozes da sociedade: seminários de pragmática. SP: Mercado de Letras, 2001.

Enquete 2

Numa certa escola brasileira, um adolescente estrangeiro, passa a frequentar a instituição, munido de um punhal que guarda no bolso do seu uniforme, justificando que na sua cultura de origem tal feito é uma forma do jovem demonstrar a sua masculinidade.

Enquete

Verde UFJF

“Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação”.  (Peter Drucker)